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Um respiro para resignificar.

Após anos vivendo no exterior, imerso no caos da maior metrópole da América do Norte e profundamente envolvido no mercado de tecnologia e venture capital, fui confrontado por intensos questionamentos sobre meu propósito. Decidi, então, voltar às minhas raízes. Ao lado da minha família, iniciei este projeto que se transformou em uma jornada de reconexão com meu eu interior e com os valores que moldaram minha essência. Deixei para trás o brilho de ser fundador de uma empresa que chegou a estampar a capa da Forbes, uma das revistas de negócios mais renomadas do mundo.

Antah é a expressão de tudo em que acreditamos.

A palavra vem do idioma Puri, falado pelos povos originários que habitavam a Zona da Mata de Minas Gerais, e significa “avô”. Ela carrega um simbolismo profundo de conexão com a terra e com a história. É uma homenagem ao meu avô, o “Vô Tãozinho”, cuja sabedoria foi fundamental na escolha do sítio que deu origem a essa jornada. Escolher um nome de origem Puri também honra nossa tataravó materna, nascida em meio a um grupo da etnia Puri na região, e presta tributo à sabedoria ancestral indígena que sustenta nossas raízes.

Tudo começou em 2012, quando meu irmão adquiriu um pequeno sítio para reunir a família. Embora sem ligação direta com a agricultura, descobrimos que a lavoura de café ali existente, a cerca de 1.300 metros de altitude, produzia grãos de qualidade excepcional. Em 2023, ao avaliarmos uma amostra, recebemos uma surpreendente avaliação de 87 pontos, confirmando sua excelência internacional.

Esse momento foi decisivo. Escolhemos transformar algo especial em extraordinário, produzindo um café que refletisse a pureza do propósito por trás dele. Um café agroflorestal, orgânico e cultivado sem agrotóxicos – respeitando a natureza e as mãos que trabalham nela. Cada grão expressa nossa crença em um mundo mais sustentável, humano e alinhado com a essência.

Às margens do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, no extremo norte da Serra da Mantiqueira, onde nascem os rios Doce e Paraíba do Sul, a cidade de Araponga se destaca como berço de alguns dos cafés mais premiados do Brasil. Foi esse cenário que nos revelou esse tesouro que ainda não sabíamos que possuíamos. Um café de origem única, cultivado com dedicação e que carrega em cada grão a essência das montanhas.

Descobrimos que, em sânscrito, Antah também significa "interior", representando uma jornada espiritual de retorno ao essencial. Essa coincidência parecia um sinal, confirmando que o Antah Coffee deveria oferecer mais do que sabor: ele deve ser um instrumento para reconexão ao que realmente importa.

Durante a criação desse projeto, um trecho do livro As Cidades Invisíveis, de Italo Calvino, ressoou profundamente comigo:

O inferno dos vivos não é algo que será; se existe, é aquele que já está aqui, o inferno no qual vivemos todos os dias, que formamos estando juntos. Existem duas maneiras de não sofrer. A primeira é fácil para a maioria: aceitar o inferno e tornar-se parte dele até o ponto de deixar de percebê-lo. A segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer quem e o que, no meio do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço.

Só quem desenvolve a sensibilidade para reconhecer sua essência, seu eu interior, é capaz de optar pela segunda maneira.

CD Terreiro Suspenso | Antah Coffee
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